O perigo nas estradas brasileiras para o caminhoneiro
Sempre quando um caminhoneiro sai para trabalhar com seu caminhão sabe das dificuldades que irá enfrentar.
Um dos grandes problemas no Brasil é a péssima infraestrutura nas estradas nacionais.
Infelizmente nossas rodovias apresentam problemas como buracos, curvas mal sinalizadas e falta de pavimentação.
Essa condição é muito alarmante para o caminhoneiro que precisa tirar seu sustendo rodando por essas estradas,
A maioria dos motoristas sofre com receio de não voltar para casa, afinal, a cada ano, as estatísticas demonstram índices alarmantes de acidentes, mortes e roubos nas rodovias.
O Brasil tem o quinto trânsito mais violento do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e mais de 50% dos acidentes são causados pela negligência ou imprudência dos motoristas, segundo o Ministério da infraestrutura.
Infraestrutura precária
As estradas brasileiras estão muitos anos defasados, principalmente as rodovias da região do Centro Oeste, Norte e Nordeste.
Mesmo com uma extensão de 1,6 milhão de quilômetros de rodovias, é sabido que a qualidade deixa a desejar.
Para se ter uma ideia, estima-se que menos de 150 mil quilômetros estejam devidamente pavimentados para garantir o conforto de quem circula por essas vias, um disparate quando comparado ao número total de estradas no país.
Capotagem e tombamento
Esses são acidentes diretamente ligados às condições das rodovias brasileiras. Sabendo que o caminhão tem seu centro de gravidade mais alto que veículos de passeio, quando uma via possui diversos buracos, curvas acentuadas e mal projetadas, essas situações contribuem para ocasionar esse tipo de acidente.
É importante saber que a velocidade que o motorista conduz o caminhão também contribui para a capotagem. Por isso, para se prevenir, é preciso tirar o pé do acelerador em vias consideradas mais perigosas.
É verdade que, muitas vezes, o limite de velocidade especificado representa um perigo, por conta da infraestrutura viária ruim. A 80 km/h, rodar com um caminhão em local cheio de buraco impossibilita qualquer tentativa do motorista de desviar das crateras que aparecem pela frente.
A recomendação para evitar capotagens é transitar entre 15 km/h e 20 km/h, abaixo do limite permitido para ficar em uma faixa segura de direção.
Dirigir em uma velocidade mais baixa também permiti a dosagem do uso do freio, que, se acionado bruscamente, pode resultar na perda do controle do caminhão.
Se a carga é muito alta, é importante redimensionar o tempo de transporte. Prazos que podem ser considerados curtos devem ser negociados.
Dessa forma, a pressão sobre o caminhoneiro diminui para andar em velocidade não compatível ao carregamento. Essa negociação está envolvida com a segurança do profissional e da carga.
Em capotagens, o motorista pode ferir-se gravemente, atingir outros veículos e, em questão econômica, danificar o carregamento. Por isso, todos os cuidados são necessários.
Vias para o caminhoneiro redobrar a atenção
Segundo a Confederação Nacional de Transporte (CNT), as rodovias federais que mais preocupam os caminhoneiros são:
BR-101: A rodovia federal possui dois trechos perigosos. O primeiro deles fica em Florianópolis e possui uma extensão de 10 quilômetros. Apesar de pequena, ela causa estragos: o trecho tem uma média de 46 acidentes por mês e teve, no ano passado, 15 mortes registradas. Por se tratar de uma pista que passa dentro da capital catarinense, recebe diariamente 175 mil veículos. Isso, aliado a mais problemas, como falta de atenção dos motoristas, são algumas das razões que explicam o perigo nesta pista.
BR-040: É considerado o pior trecho em acidentes envolvendo caminhões. Não por acaso, o trecho dessa rodovia, mais especificamente o que passa por Minas Gerais, teve o maior número de mortes registradas nas rodovias federais no ano passado, com quase mil vítimas.
BR-135: Os 26 quilômetros de trecho que passa pelo estado maranhense é um dos mais temidos dos motoristas. Isso porque, só nos últimos três anos, foram quase 500 acidentes registrados e, entre eles, 19 com mortes.
BR-116: A extensão da rodovia que passa pelo sul de Curitiba foi responsável por colocar o estado em terceiro lugar no índice de mortes nas estradas no ano passado. Dentre os acidentes mais comuns, estão os tombamentos de caminhões, provocados, principalmente, por ultrapassagens indevidas e falta de atenção por parte dos motoristas.
BR-158: O trecho que passa pela cidade de Estância, no sudeste de Goiás, requer do motorista muita atenção: buracos e pista de terra são só alguns dos motivos que as tornam uma das estradas perigosas da lista. Inclusive, a extensão que vai de Piranhas a Jataí é considerada, pela Confederação Nacional do Transporte, como a terceira pior do país.
BR-418: O trecho que passa por Teófilo Otoni, em Minas Gerais também ficou entre os piores, de acordo com a CNT. Além das más condições das pistas, existe outro agravante: famílias que vivem nas proximidades de suas curvas, o que resulta em acidentes envolvendo pedestres.
Outros riscos: Além das condições das pistas, o roubo de carga é mais um risco enfrentado pelos caminhoneiros em estradas perigosas.